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Investimento imobiliário caiu mais de 50 por cento Imprimir E-mail

Público, 23.09.09

Menos investimento, sobretudo de origem estrangeira, negócios mais pequenos e uma preferência fora do comum por determinados segmentos do mercado imobiliário. Com a tempestade levantada pela crise económica e financeira, 2009 tornou-se um "ano atípico" para o sector, revela um estudo da Cushman & Wakefield (C&W) divulgado ontem.

Segundo a consultora, o investimento em activos imobiliários foi particularmente atingido pela conjuntura instável, caindo mais de 50 por cento no primeiro semestre, face a igual período de 2008. Entre Janeiro e Junho registaram-se 21 negócios de investimento no imobiliário que ascendem a 150 milhões de euros, uma quebra de mais de metade face aos 318 milhões transaccionados nos primeiros seis meses do ano passado.

Segundo o relatório MarketbeatPortugal , que é divulgado duas vezes por ano, "os negócios realizados são também um reflexo da crise do sector", já que predominaram os investimentos de pequena dimensão, com um valor médio transaccionado de sete milhões de euros - bastante abaixo da média de 20 milhões registada nos últimos dez anos.

Contudo, para o segundo semestre, a C&W prevê uma melhoria, graças ao aumento de liquidez dos fundos de investimento imobiliário nacionais e ao regresso dos investidores estrangeiros (que, no primeiro semestre, foram responsáveis por apenas 20 por cento dos investimentos).

No que respeita à distribuição do investimento por sector de actividade, o estudo da C&W mostra que houve um maior peso do sector industrial, "tradicionalmente menos procurado pelos investidores institucionais", e também dos imóveis de uso misto e do sector residencial. Já os segmentos de retalho e escritórios, desde sempre os mais procurados para investimento, tiveram uma "presença modesta" em 2009. Entre Janeiro e Junho, o mercado de escritórios registou o volume de transacções mais baixo desde que existe registo de ocupação nos escritórios de Lisboa. Ainda assim, a C&W estima que seja este o segmento que vai recuperar mais rapidamente da crise.

Já no retalho, a companhia acredita que haverá novos adiamentos de projectos este ano, visto que, do total de 1,2 milhões de metros quadrados previstos entre 2009 e 2012, apenas 380 mil estão em construção. Contudo, com o mercado dos centros comerciais já saturado, a consultora considera "obrigatório" reinventar os modelos de negócio no sector e aponta o "reposicionamento ou remodelação de conjuntos comerciais" como uma das tendências dos próximos anos.
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