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Programa Polis não resolveu problema do campismo Imprimir E-mail

Público, 28.07.2009, Diogo Cavaleiro

Apesar de concluída grande parte da requalificação e valorização ambiental da Costa de Caparica, a cargo do programa Polis, a intervenção em diversas zonas ainda não se concretizou, como a transferência de um conjunto de parques de campismo para um pinhal da região, impedida por uma providência cautelar.

Estes parques foram sempre uma grande preocupação no programa por impedirem a naturalização da zona. "Estão a ocupar uma área que não deviam ocupar porque estão a degradar a duna que fazia uma protecção [natural] do terreno", refere Ana Margarida Alves, técnica de urbanismo da CostaPolis (a sociedade para o desenvolvimento do Polis na região). No entanto, a retirada do local em que se encontram não está fácil, já que o dono do Pinhal do Inglês, terreno onde se espera sejam recolocados, lançou uma providência cautelar para impedir a expropriação, o que suspendeu qualquer acção até alguma decisão judicial.

A transferência, que se insere no plano de pormenor das praias urbanas, não é, no entanto, o único problema por resolver. Na zona a sul aos parques de campismo será edificado um bairro para realojar os moradores da urbanização do Campo da Bola, cujas casas serão demolidas, mas que Ana Margarida Alves considera ser uma acção complicada porque admite que "as pessoas não gostam do que têm, mas têm sempre dificuldade em mudar".

Já os novos apoios dos pescadores, que tinham sido alvo de contestação por estarem longe das rampas de acesso, vão ser complementados com a criação de uma rampa mais próxima, num projecto que sairá brevemente do papel.

Em 2001, ano em que o programa Polis na Caparica foi lançado, o principal problema que a área de 39,5 hectares (entre a Praia do Norte e a Nova Praia e entre as praias e a Avenida Humberto Delgado) enfrentava era o desordenamento do território, com inúmeras construções ilegais e com a degradação do sistema dunar. Ao longo dos últimos nove anos, foram construídos novos acessos pedonais e 800 lugares de estacionamento, 22 apoios de praia actualmente concessionados viram melhoramentos e o paredão pedonal foi prolongado, num investimento total de 21 milhões de euros. Também a edificação de um novo posto de polícia marítima integrou o projecto, juntando três secções que se encontravam separadas.

Prevista no programa Polis, mas a cargo do Instituto da Água, a alimentação artificial das praias da Caparica, na sua terceira fase, começou ontem, inserindo-se num sistema em que as praias vão estar, em rotação, interditas provisoriamente para a colocação de um total de um milhão de metros cúbicos de sedimentos de forma a contrariar a erosão que tem vindo a fazer-se sentir.



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